DICA CINÉFILA | Star Trek Beyond


Embora goste deles, sempre tive problemas para aceitar os filmes do J. J. Abrams. São bons filmes, o segundo é excelente, mas me soa muito como "queria fazer Star Wars, mas me deram Star Trek". E que ele seja feliz agora que conseguiu chegar em Star Wars (onde está fazendo um ótimo trabalho inclusive), mas custava fazer um Star Trek digno de Star Trek antes? Pois bem, estava eu me alegrando com as notícias de uma nova série da franquia, quando me vem o trailer de Star Trek Beyond. Aparentava ser um filme do caralho! Um sci-fi muito loko cheio de ação, efeitos e cenas incríveis. Mas não era Star Trek. Compreendo que não estamos mais nos anos 60, que o público que  o filme deseja atingir é outro, mas o que eu havia visto não tinha nada do que eu conhecia de Star Trek. E é ai que o trailer me enganou.

O trailer serve justamente pra falar à quem ainda não é fã da franquia "ei, olha que filme massa, vai lá ver". O que é um tanto genial, pois quando fui ver o filme, ele era muito bom!

Se você não assistiu aos dois filmes anteriores não tem problema, pode começar por esse, e se quiser nem precisa ver os anteriores. Brincadeira. Assista sim, são legais.
Se você também não conhece nada de Star Trek, também pode ver sem problemas, o filme é como um episódio fechado de uma série. O que já é uma vibe bem Star Trek.

A história do filme é simples, e é realmente como se fosse um episódio da série. A trama é bem legal, otimista, e toda a ação que vi no trailer, se deve por ser uma baita duma aventura, o que já é muito Star Trek. O clima do filme, dirigido por Justin Lin, é muito legal e diferente. Logo se nota a forte divergência com o clima dos filmes do J. J. Abrams. Falando em diferenças, esse é um bom exemplo de inovar e ainda sim homenagear o que se está refazendo. Diferenças e coisas novas tem que ser acrescentadas. Tudo bem que um novato no mundo Star Trek precise conhecer esse universo, mas e quanto ao trekker que já conhece? Você vai entregar mais do mesmo? Star Trek eu já vi, Star Wars eu já vi, os filmes e as séries do J. J. Abrams eu também já vi. Por isso quero ver algo legal que seja diferente, mas que também seja Star Trek, já que está usando o nome, os personagens e o ambiente da franquia.

E Junstin Lin e Simon Pegg (roteirista) entregam isso muito bem. Imagine se o Star Trek original fosse na verdade criado nos dias de hoje, para o público atual e aproveitando a tecnologia atual. Isso é Beyond.


O enredo não é focado apenas na jornada do Capitão Kirk, apesar de focar muito nisso sim. Ele é o capitão da Enterprise e sempre é o heróis, mas é justamente por esse seu jeito nato que ele é o capitão. Porém, temos uma aprofundada em outros membros da tripulação, e inclusive em personagens novos.

Diferente dos filmes anteriores, os personagens novos com personalidade forte e aprofundamento não são todos vilões. Mas insisto em indagar que Justin Lin não fez o que esperei o Abrams fazer em dois filmes. Onde estão as mulheres da Enterprise?
Se você assistiu o filme pode estar pensando, "ei, mais o filme tem uma representatividade feminina muito boa". E realmente tem. Mas não é disto que estou falando. Na série clássica haviam três mulheres que apareciam frequentemente nas primeiras aventuras. A já bastante conhecida Uhura, primeira negra a ser colocada em um papel importante na televisão; a enfermeira Christine Chapel, auxiliar do Doutor MCcoy; e a tão injustiçada ordenança Janice Rand, que além do cabelo e aparência marcante, não teve muita importância na franquia. Pois bem, a Uhura está ali. Desnecessariamente namorando o Spock, mas está ali e tem sua importância, Chapel aparece rapidamente em apenas uma cena do primeiro Star Trek em 2009, e Janice não apareceu até agora em nenhum dos três filmes. E a essa altura nem espero que ainda apareça (a missão de 5 anos já está quase no fim). Inclusive, nos confins trekker da internet, a Krinsten Bell (a Anna de Frozen) interpretaria a Janice (tem até uma foto bem legal), mas isso é outra história. O que importa aqui é Beyond, e a ausência das tripulantes clássicas são compensadas por personagens legais (segura o spoiler, duas morrem) com papéis importantes na trama, e uma moça foda pra caralho chamada Jaylah (a da imagem acima).

Fiquei muito feliz com a Jaylah. É uma personagem nova, forte, que não é vilã, não namora ninguém, não é sexualizada (nenhuma mulher nessa filme é. Abraço pro J. J. [cof cof Marcus no Into Darkness cof cof]) e se junta a tripulação (sem mais spoilers).

Já o vilão do filme, é uma coisa a parte. Idris Elba (vilão do filme) não está em sua melhor atuação, porem não deixa de ser uma baita atuação (é o Idris Elba). É um bom vilão (com um nome maneiro, o cara chega e "crau"), porem ele tem muito dos vilões anteriores de Star Trek. Não me aprofundarei para não entrar em spoiler.

No quesito homenagem, pode-se dizer que o filme manda bem. Coincidentemente, este ano Star Trek completa 50 anos de franquia, e um ano da morte de Leonard Nimoy (Spock original e meu ídolo de vida que nunca irei conhecer). Se você é um fã da série clássica, pode se emocionar em alguns momentos muito bonitos e significativos.

É válido dizer que, sendo fã ou não, Star Trek Beyond é um filme que merece sua atenção.

Vida longa e próspera.





NOTA: 5 Unis.


Comentários

  1. Magdiel, assisti ontem a noite e sai fascinado. Ótima analise e continue assim.

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    Respostas
    1. Muito obrigado, Alexandre! Fico feliz de ter gostado da análise. Comecei a fazer uns reviews dos primeiros episódios da série clássica, não sei se você viu.
      E que bom que gostou do filme. Esperemos que os próximos sejam tão legais, ou melhores que esse.

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