O QUE É COLONIALIDADE


Desde a formação dos impérios da antiguidade, já era comum a “conquista” e dominação de territórios alheios, por meio de invasões, guerras, escravização ou até dizimação mesmo. 

E até a idade média, se pensava em uma noção de raça separando os povos etno-culturalmente, como os povos bantos, latinos, germânicos… Mas então tudo mudou ao se lançarem ao mar.


Durante o século XV, essas nações imperialistas começaram a explorar o oceano com expedições em busca de rotas comerciais e novas possibilidades de extração de recursos. E assim se inicia a era das grandes navegações, a expansão do caos que os levaram a novos lugares do mundo pra explorar. América, Índia, África, os europeus iniciaram um novo modo de conquista e dominação. E aí entra o conceito de colônia. Para legitimar a dominação e exploração dos povos ditos “exóticos” (que significa quem é de fora), a noção de racialização agora se dava entre colonizadores e colonizados.

Segundo Aníbal Quijano, Colonialismo diz respeito à estrutura de dominação política, dominação de recursos de produção e do trabalho de uma população sobre a outra. O autor também afirma que a colonialidade é o reverso da modernidade.


Colonialidade então, é essa ideia que se cria a partir das estruturas de dominação para justificar a exploração. A colonialidade se expressa através das estruturas de poder, e se legitima através de conceitos como o racismo e patriarcado. E é por conta disso que o pensamento colonial persiste até os dias de hoje. 


E com a expansão dos estudos sobre colonialidade, surgiram outras tradições críticas complementares a essa ideia. Na índia surgiram os Estudos Subalternos, propostos pela pesquisadora Ranajit Guha, na década de 1980, influenciada pelo marxismo gramsciano. Foi importante contribuição para a crítica do eurocentrismo colonial, até a chegada dos estudos pós-coloniais. Esses estudos têm influência no pós-modernismo e no pós-estruturalismo, mais focados na análise do discurso e textualidade. A partir da década de 1990, com influência dos movimentos periféricos, chegamos ao conceito de Decolonialidade, que se refere à dissolução das estruturas de dominação e exploração configuradas pela colonialidade e ao desmantelamento de seus principais dispositivos. 


Mas isso ja é papo para outros textos.




Fontes:


QUINTERO P.; FIGUEIRA P.; ELIZALDE P. C.; MASP Afterall. Uma breve história dos estudos decoloniais. (Trad. Sérgio Molina e Rubia Goldoni. MASP, 2015).

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. CLACSO. Buenos Aires, 2005

MCCLINTOCK, A. Couro Imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp. 2010.

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